Ciúme, TEMPERO INFERNAL...

14/08/2010 11:54

 

 

Ciúme, TEMPERO INFERNALHá quem diga que ciúme é o tempero do relacionamento. Se for, é um daqueles bem enjoativos.

 

Ciúme me lembra aquela fase da criança onde ela tem apego a tudo: brinquedos, coleguinhas, comida, irmãos, pais e por aí vai. Algumas beiram a possessividade.

É claro, não somos mais crianças (tem certeza?), mas de alguma forma continuamos delimitando nosso território, apontando aquilo ou isso que nos pertence. Mas será possível fazer isso com pessoas?

Objetos inanimados não tem escolha, mas o outro sim, tem escolha e vontade. É aí que o "bicho-pega"! O ciúme nada mais é que uma forma ditadora de controle. Medo, insegurança, dúvida, tudo isso nos assola quando não controlamos a vontade do outro, porque a maioria gostaria mesmo que o parceiro só pensasse, olhasse e desejasse a sua divina e insubstituível presença. E não é bem assim que acontece.

 

Nada disso tem a ver com o que o outro faz ou é, mas, como vc vê o que ele faz e o que ele é, é totalmente afetado por esses sentimentos. Exemplo básico: o cara está falando com uma amiga de faculdade sobre um trabalho que está fazendo, e a mulher já pensa que ele está de xaveco com ela. Resultado: A criatura cria um escândalo, faz uma cena e de quebra começa a detestar uma figura que ela nem comece.

Já tem gente que gosta de uma quizumba porque se amarra no frenesi da reconciliação. Tem necessidade do sentimento de paixão, encantamento e sexo animal que acontece ao final de cada pancaria. Nada contra a parte da paixão e sexo animal, muito pelo contrário, só que criar confusão para se obter isso é muito exaustivo, além de desgastar o relacionamento, com o tempo fica chato e curriqueiro.

Existe toda uma psicologia por trás de quem sempre atrai pessoas ciumentas e também para aquelas que o são, mas esse é um papo muito cabeça.

O ciúme gera um problema social. Pessoas que são ou namoram com ciumentos normalmente acabam diminuindo seu círculo de amizades, quando não se disvinculam totalmente. Isso é péssimo e acaba por alimentar a neurose do outro.

Há séculos vivemos tipologias de relacionamento beirando a possessividade, o controle, e todo tipo de forma negativa de "gostar".

Ciúme possessivo, calado, velado, irônico, não importa o tipo, ciúme é ciúme. E não o vejo como um tempero, mas sim um veneno na corrente sanguínea de quem sente.

O que fazer? Resolver-se! Ninguém é o centro da vida de ninguém, e se for, algo está muito errado.