Falta de desejo sexual | É normal?!

01/09/2010 02:58

 

 

Hmmm amor, hoje não!”

Nas mulheres era praxe ouvir essa queixa, muito mais por repressões e culpas sociais do que por disfunção sexual. Nada que um papo, um pouco de reeducação sexual e esclarecimento não resolvesse. Porém, o que chama a atenção atualmente é que são os jovens frutos dessa geração criada com a liberdade para vivenciar seus desejos, as principais vítimas dessa disfunção.

O lado bom é que a procura por ajuda ocorre com mais facilidade. Melhor do que empurrar para baixo do tapete a insatisfação, fingir e evitar a relação pela dificuldade em admitir para seus parceiros que algo não vai bem. Sabe-se que hoje 35% dos brasileiros são acometidos desse mal que chamamos de desejo hipoativo, na maioria mulheres.

Esse nome pomposo desejo hipoativo significa a ausência completa ou diminuição do desejo de ter atividade sexual, que ocorre por falta de comunicação ou mesmo de percepção, uma vez que os sintomas são diferentes para cada caso. A simples falta de fantasias sexuais e dificuldades em relação ao orgasmo – nas mulheres falta de lubrificação vaginal ou ereção nos homens propiciam crises entre o casal.

Na maioria das vezes as causas são emocionais, como dificuldades em criar vínculos, insatisfação com a vida ou profissão, medo de desempenho e infinitos fatores com origens inconscientes.

Também podemos enumerar causas vinculadas aos desequilíbrios hormonais. Mas uma orientação médica auxilia e muito nas doenças crônicas onde há medo, dor, insegurança e que também podem interferir no desejo. Mas se bem orientados os pacientes se fortalecem e conseguem resgatar sua auto-estima e o desejo de viver e compartilhar.

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Fonte: Minha Vida

A falta de desejo sexual e eu

Em dois momentos da minha vida sofri com a falta de desejo sexual. A primeira vez, eu tinha apenas 18 anos. Já comentei sobre isso aqui. Durante dois anos, pensar em sexo era dolorido pra mim. Com o tempo pensei ter superado o trauma, mas arrumei uns mecanismos incomuns. O sexo sem compromisso e, mais tarde, o BDSM foram apenas alguns deles.

No entanto, a segunda vez que tive problemas com a falta de desejo sexual eu tinha 33 anos, vivia plenamente a minha sexualidade, estava apaixonada, com um parceiro sexual fixo, mas… Enfrentava a maior depressão da minha vida. Quando usam a expressão fundo do poço, eu entendo perfeitamente, pois já estive lá.

Momentos diferentes, motivos diferentes, em comum apenas o fato de necessitar de carinho, mas ter completa aversão ao sexo.

Da primeira vez, foram quase dois anos. Ainda adolescente, o comportamento chegou a atrapalhar relacionamentos. Não procurei ajuda profissional, não contei para ninguém, foi bem complicado…

Da segunda vez, como a depressão afetou muito mais que a minha libido, por quase seis meses me tornei uma prisioneira de mim. A necessidade de ajuda profissional se fez mais forte. E felizmente, tomei a iniciativa de fazer psicoterapia.

Hoje, apenas cinco anos depois dessa fase crítica, depois de ter passado por tratamentos químicos e psicoterápicos, e sem ter precisado de algo hormonal. Ouso dizer que sou uma mulher de desejos sexuais normais.

É importante dizer que o meu normal, não é o normal de muita gente. Gosto do sadomasoquismo, tanto quanto gosto de chamegar juntinho vendo TV e comendo pipoca. Gosto do sexo hetero, mas já me apaixonei por um crossdresser e mais tarde por uma menina. O que é normal pra mim, não precisa ser normal pra você. E acredito que ter esta consciência me ajudou muito.

Portanto, fica a dica. Não ache “normal” a falta de desejo sexual, se isso for desconfortável pra você ou para o seu relacionamento. Procure ajuda, seja homem ou mulher. No meu caso a psicoterapia ajudou, mas não é fácil e nem indolor (pelo menos comigo não foi). No entanto, mais necessário impossível.