Namoro online. Será que vai dar certo?

24/08/2010 15:49

 

 

 

Sara foi para o trabalho muito bem-humorada na segunda-feira dia 8. O motivo? Recebeu flores, em casa, de um pretendente, um mocinho que conheceu virtualmente no Be2. O pretexto dele, sabem qual foi? O Dia Internacional da Mulher! Viva a data!
As flores eram lindas, delicadas, flores do campo, bem coloridas! E o melhor era o cartão, que dizia: “Você, mulher, faz meus dias mais coloridos. Parabéns pelo 8 de março. Com um beijo do João, na esperança de que a gente venha a se conhecer pessoalmente loguinho.”
Ela saiu saltitante rumo ao metrô. Também, pudera, faz tanto tempo que busca alguém pra namorar… Faz muito tempo ainda, então, que não recebe flores em casa. Achou lindo, claro!
Mas foi só chegar ao trabalho, com aquele sorriso animado, e contar a novidade, para uma colega jogar um balde de água fria em sua história, com um comentário cheio de ironia… “Flores? Hahaha… que coisa mais romântica, nossa… e você acredita que namorar pela internet dá certo? Coisa antiga também, hein! Desculpe, amiga, mas estou só te alertando”, disse a companheira de sala de Sara.
Bom, nem preciso dizer o quanto aquilo foi chato… “Ela até pode não acreditar em amor virtual, ou sei lá como chamam isso, mas tem o direito de me podar assim?, pensou Sara. E foi para o banheiro segurar as lágrimas. “Cheguei tão animada, caramba, que mulher negativa”, tentou se consolar.
O que Sara não sabia é que a colega, Wilma, vinha de sucessivos fracassos amorosos. Aí, ver alguém feliz nesta área, é certeza de inveja, infelizmente. Wilma já havia casado e descasado duas vezes, havia tentado se relacionar pela internet, sem sucesso, e agora amargava uma solidão forçada.
Não suportava, claro, ver Sara feliz, ainda mais em se tratando de um relacionamento  virtual. Já haviam conversado sobre isso, mas Sara não lhe deu ouvidos e foi em frente, em busca de um site que julgava confiável, para se cadastrar. E assim foi que conheceu João. Claro, antes também flertou com alguns moços que não deram em nada. Mas a vida é assim mesmo, pensava. Em qualquer situação em que nos encontramos é assim. Difícil acertar de primeira.
Sara estava tão certa de que João estava sinceramente interessado nela que até já havia dado seu endereço e telefone. Faltava pouco para este encontro real. E não seria o histórico de Wilma que iria estragar isso.Resolveu então retocar a maquiagem e sair do banheiro de rosto empinado. Não iria dar ouvidos à maldade alheia. Sentou ao lado de Wilma, respirou fundo e começou seu dia de trabalho. A companheira de mesa olhou de lado e tentou provocar. “Não vai ligar agradecendo as flores, pra ver no que dá isso? Não tá curiosa?”
Enquanto Sara ensaiava uma resposta, ela caiu do céu, providencialmente… No celular, o toque era o de João. Pegou o telefone e, com o canto do olho, mirou Sara: “Oi, João, amei as flores, demais a surpresa!”. Levantou-se e foi conversar no terraço.
A amiga precisou engolir em seco seu desdém. Sara parecia que estava no caminho certo.