Poliamor. O que você pensa do poliamor?
24/08/2010 15:37

Você já ouviu falar em poliamor? Como o nome mesmo sugere, é a diversidade no amor. Ou a capacidade de amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo. A literatura e o cinema já relataram vários casos de poliamor e acho que muita gente já passou pela experiência de se sentir atraída – muito atraída! – por mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
Segundo uma psicanalista bem conceituada, Regina Navarro Lins, autora de muitos livros, o amor e o sexo estão entre as principais causas de sofrimento das pessoas, tirando a miséria e as doenças. Ela lembra que o ser humano gasta um tempo enorme de sua vida sofrendo por amor… É verdade.
Falo por mim: esse sofrimento já me pegou várias vezes. E já vi muitas pessoas ao meu redor também sofrer muito por amor.
Esta semana, próxima do Dia dos Namorados, eu que vivemos a alegria de um amor romântico – estou me referindo a quem está namorando, ficando ou perto disso – tive a oportunidade de ler duas entrevistas da psicanalista Regina falando do poliamor.
Ela acredita que o amor romântico está em declínio em nossa sociedade. Este tipo de amor, para ela, é um amor idealizado, “é um amor que você acredita que vai se completar na relação com outra pessoa, é um tipo de amor que prega a fusão entre os amantes, e que existe apenas no Ocidente”.
Ou seja, na nossa sociedade.
Regina acha que nós, ocidentais, conhecemos uma pessoa e atribuímos a ela “características de personalidade que você gostaria de ter ou gostaria que ela tivesse, depois, na vida cotidiana, você fica reclamando da pessoa o tempo todo, querendo que ela se transforme para se encaixar naquilo que você idealizou”.
É um pouco forte essa constatação, mas faz a gente pensar: quantas vezes não jogamos para o outro a responsabilidade pela nossa felicidade?
Para Regina, cada vez menos, daqui pra frente, por conta das mudanças que nossa sociedade vem passando, as pessoas vão querer se fechar num amor romântico.
E isso consistiria em amar muitas pessoas ao mesmo tempo e também ser amado por várias pessoas. Segundo Regina, isso já acontece na prática, só que por preconceito, não é uma coisa aceita em nossa sociedade.
E isso faz as pessoas sofrerem, porque são obrigadas a escolher.
E poliamor é diferente de relacionamento aberto, segundo Regina. Porque no primeiro ter vários relacionamentos ao mesmo tempo é uma coisa natural. E não pode existir ciúme, tudo é feito com muita tranquilidade.
A psicanalista fala ainda da importância da internet para uma reflexão sobre essa questão do amor exclusivo, que é o amor romântico, e o poliamor.
Segundo ela, a internet tem “uma importância imensa, porque as pessoas podem falar livremente, se quiserem ficam anônimas e tem uma comunicação instantânea. Então, você escreve no Orkut e na mesma hora alguém entra, já lê o que você escreveu e pode responder. A Internet é fundamental não só para debater o amor, mas para qualquer discussão.”
Achei esta avaliação da Regina muito importante, pois é verdade mesmo que a internet nos possibilita diversas coisas quando o assunto é amor. Quem está no Be2 que o diga!
Sobre o poliamor, ainda não tenho opinião formada, não sei dizer se é tendência nova realmente, se é um modismo passageiro, se é natural do ser humano. Com base na minha experiência, posso apenas dizer que é muito difícil na prática!