Sexo- Do prazer ao vicio...
17/08/2010 19:09
“Você tem sede de que? Você tem fome do que?”
Assim cantaram os Titãs, na música Comida, em alto e bom som e a gente repetia (e respondia junto), extasiados:
“A gente não quer só comer, a gente quer comer e fazer amor
A gente não quer só comer, a gente quer prazer pra aliviar a dor…”
Sim, meus caros amigos e amigas, sim! Porque a gente ADORA sexo, vai dizer que não? Tudo bem, existem diferentes graus de prazer e de envolvimento e algumas pessoas gostam um pouco mais ou um pouco menos do ato em si, mas é inegável que todos nós, vez por outra (ou vez em sempre) não pensamos em sexo. Incrível como dois corpos juntos, em sintonia, podem gerar tamanho apelo, uma explosão de sensações. Eu amo sexo, você não?
O problema reside no excesso, como em quase tudo nessa vida. Excesso de sal estraga a comida. Excesso de zelo estraga a criação. Excesso de amor, sufoca. Excesso de sexo, é vício.
Juro, vício mesmo, com direito a tratamento em clínicas especializadas e tudo. Digo mais: pipocam nomes de famosos que se vêem envolvidos no problema e vem à público explicar determinadas situações. Como não se lembrar do caso de Tiger Woods, lenda do golfe, que teve de ir à público se desculpar pelos casos extraconjugais que abalaram seu casamento e que, de acordo com a revista People, voltou para uma clínica de reabilitação para tratar seu vício em sexo?
Ou ainda o do ator Michael Douglas, cujos tablóides ventilaram para o mundo que tinha o vício em sexo e ele desmentiu e desmentiu várias vezes, mas só sossegou depois de se casar com Catherine Zeta Jones (e, segundo consta, se internar várias vezes para tratar seu vício)?
O que é verdade e o que é mentira? Sexo pode viciar?
De acordo com os especialistas, sim. E a forma de se verificar isso, é vendo se há alguma compulsão. Mas, como saber se sou um(a) compulsivo(a) por sexo? De acordo com a psicóloga Liliana Seger, psicóloga especializada em sexualidade e pesquisadora ligada ao Ambulatório Integrado dos Transtornos de Impulso (AMITI) do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da USP, é possível definir COMPULSÃO SEXUAL através de alguns critérios, a saber:
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Comportamentos sexuais exacerbados (repetitivos e muito frequentes): que causam sofrimento e prejuízos e, importante, manifesto nos últimos 12 meses;
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Ritual de busca: gasta muito tempo e energia em atividades para obter sexo, tem prejuízo nas atividades sociais, ocupacionais e recreativas, e continua o comportamento mesmo tendo consequências adversas;
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Duração longa e intensidade crescente do comportamento: precisa cada vez mais para obter o mesmo nível de satisfação;
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Crises de abstinência sexual: se quando a pessoa evita se envolver em práticas sexuais ela passa a ter sintomas físicos e/ou psíquicos que se relacionam com essa abstinência (algo similar, porém não idêntico, ao que acontece com dependentes químicos).