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Bissexualidade feminina não é só uma fase de indecisão--estudo
20/04/2011 14:36
Um estudo psicológico recém-publicado
afirmou que a bissexualidade feminina não é uma fase de
transição entre o heterossexualismo e o lesbianismo, mas sim
uma orientação sexual específica.
Pesquisadores estudaram 79 mulheres não-heterossexuais ao
longo de uma década e observaram que as bissexuais
mantiveram-se com atração tanto por homens quanto por mulheres
durante todo o período.
"Esta é a primeira pesquisa que realmente acompanhou
mulheres homossexuais por um período de tempo tão longo, e
enterra de vez, acredito, a idéia de que se trata de uma fase
de transição", disse a psicóloga Lisa Diamond, da Universidade
de Utah, nos Estados Unidos, que conduziu o estudo publicado na
Revista Developmental Psychology.
"Porque, se fosse, devia ter se resolvido num período de
dez anos. Em vez disso, observa-se que esses padrões de desejo
não-excludente são bastante estáveis. As mulheres podem mudar
de relacionamento, podem mudar o modo como se identificam, mas
esse padrão básico de desejo se mantém."
Diamond entrevistou mulheres que tinham entre 18 e 25 anos
quando o estudo começou, e que se autodenominavam lésbicas,
bissexuais ou inclassificáveis.
Ela observou que as bissexuais e as sem classificação
tenderam mais que as lésbicas a mudar de identidade sexual, mas
a mudança era entre bissexual e sem classificação, em vez de se
estabelecer como lésbica ou heterossexual.
"É incrível o quão persistentes são alguns dos estereótipos
negativos sobre a bissexualidade. Ainda existem até
pesquisadores, além de leigos, que não têm certeza de que ela
exista, que a encaram como uma fase de transição no caminho
para o lesbianismo, ou que a vêem como nada mais que algo que
heterossexuais confusas afirmam sobre si mesas", explicou
Diamond numa entrevista.
A pesquisa também afirma derrubar o estereótipo de que as
mulheres bissexuais são incapazes ou não querem se comprometer
a relacionamentos monogâmicos de longo prazo (de mais de um
ano). No décimo ano da pesquisa, 89 por cento das mulheres que
se autodenominavam bissexuais estavam envolvidas em
relacionamentos monogâmicos de longo prazo, assim como 85 por
cento das que preferiram não adotar rótulos.
"Até agora era difícil refutar esses estereótipos porque
não havia dados suficientes. O que é ruim para a sociedade, mas
também é ruim em termos de assistentes sociais, terapeutas e
pessoas que têm contato com bissexuais. Eles precisam saber,
por exemplo, que seria inadequado dar conselhos como: 'Sabe,
você acha que é bissexual, mas provavelmente não seja"',
acrescentou Diamond.
(Reportagem de Stefanie Kranjec)